Para iniciar com o óbvio: os dois rapazes da foto que ilustra esta nota são candidataços a prefeito de Santa Maria. Valdeci Oliveira (PT) e Rodrigo Decimo (do União Brasil, por enquanto) estarão na urna eletrônica da comuna em 2024. Isso, até as lajotas portuguesas soltas do passeio da avenida Rio Branco sabem – embora ambos, se confrontados, provavelmente neguem. E ninguém acreditará.Agora, o que não é tão evidente assim aos olhos comuns, mas não se esconde de observadores mais atentos. Pelo menos três candidatos no pleito de outubro, todos com chances de vitoriar-se, estarão na animada disputa que se prevê para daqui quatro anos. Ou, no caso de pelo menos um deles, será definitivo na escolha de seu partido. Abrir parêntese. Entre os cerca de 30 santa-marienses a disputar o pleito deste ano, como você leu aqui semana passada, certamente outros terão seu nome na urna. Mas não para prefeito. Há até os que antecipam, agora, a campanha para vereador. Mas isso já é outra história. Fechar parêntese.Mas, e que trio é esse, afinal? Confira, na ordem alfabética.Evandro de Barros Behr, do PP. Fruto de um trabalho persistente de convencimento, o ex-candidato a deputado pelo MDB, e ex-concorrente à prefeitura, pelo Cidadania, agora em 2020, entra na disputa com reais chances de chegar à Assembleia. Desde que o partido vista a camiseta dele e os apoios prometidos de forasteiros candidatos a federal se confirmem objetivamente. Qualquer que seja o resultado, deve voltar à urna em 2024, agora pelo partido que já teve seu pai Evandro vitorioso à prefeitura, quando o filho era literalmente a criança Evandrinho.
Paulo Afonso Burmann, do PDT. É um estreante com ambições. Não conta com vida fácil nesse pleito em que busca vaga na Câmara dos Deputados. Tem, no entanto, tradição familiar e, acredita-se, inserção entre as universidades, ele que vem de dois mandatos na Reitoria da UFSM. Isso poderá lhe garantir, é no que pedetistas apostam, votação digna e, quem sabe, até a vaga em Brasília. Com resultado razoável aqui (o quantum ninguém ousa falar em voz alta), cacifa-se para ser o nome do seu partido, no mínimo, nas negociações de 2024.
Roberto Fantinel, do MDB. Ele garante não pensar em 2024. O que é óbvio. Afinal, pretende tornar permanente a cadeira conquistada na Assembleia de forma efetiva só neste ano, ele que era suplente. Mas, e disso ninguém mais duvida, é o principal nome do segundo maior partido da cidade em número de filiados. E, portanto, pode até não ser o candidato emedebista à sucessão de Jorge Pozzobom. Mas estará na linha de frente das negociações e, por que não, ele próprio concorrer. Sim, leitor. A eleição que chega é a de 22. Mas a de 24 está ali na esquina. Pelo menos na planilha dos estrategistas.
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Desistência de Bisogno e o que acontecerá (ou não) com o PDT
A linhas tantas da nota em que declara não ser mais candidato do PDT à Assembleia Legislativa, dois dias depois de ter apresentado seu programa na rádio Imembuí, e que o tornara inelegível (teria de ter se afastado da mídia, por lei), o presidente municipal da sigla, Marcelo Bisogno, declara:
“Esse ano decidi não disputar uma vaga a Assembleia Legislativa, pois entendo que posso contribuir com o partido de outras formas, ajudando na coordenação das campanhas majoritárias. Recebi um chamado da Coordenadoria Regional e da articulação nacional para contribuir neste importante processo eleitoral.”
Ainda que expresse a verdade, e expressa, o fato é que a decisão de Bisogno deixou o partido literalmente a pé. Afinal, imaginava-se, pela primeira vez em sabe-se lá quantas eleições, o PDT, um dos quatro maiores partidos com vida legal em Santa Maria, enfim teria uma dobradinha local de respeito eleitoral: o próprio agora não mais candidato à Assembleia, com Paulo Burmann para a Câmara dos Deputados.
Ainda que não seja impossível, há quem considere improvável que alguém queira assumir como substituto de Marcelo Bisogno. A candidata “natural”, que disse não querer, mesmo que tivesse vontade, não poderia. Afinal, Luci Beatriz Duartes também era inelegível pois participou, como integrante permanente que é, do Sala de Debate, da Rádio CDN, na sexta-feira, dia 1º.De todo modo, a própria Luci defende que Luiz Henrique Barbudinho, militante digital, seja o candidato. Será? É isso ou, ainda que subsidiariamente, o vereador de São Sepé, Matheus Leães, abrirá um espaço de campanha em Santa Maria. A conferir.